ESCUTAR OU OUVIR?
Olá mães / ou responsáveis!
No post de hoje falarei de algo muitíssimo importante na comunicação entre duas ou mais pessoas, principalmente entre pais e filhos.
Estamos ESCUTANDO ou OUVINDO as crianças?
Existe uma grande diferença entre os termos “ouvir” e “escutar”. Segundo o dicionário Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, o termo “ouvir” significa “Entender, perceber pelo sentido do ouvido”, enquanto o termo “escutar” significa “Prestar atenção para ouvir; dar atenção a”. Desta maneira, ouvir está relacionado ao sentido da audição, enquanto que escutar é prestar atenção ao que se está ouvindo.
Muita gente usa essas duas palavras como sinônimos, mas na verdade, não são.
OUVIR significa ter recebido a informação, ou seja, perceber a existência de um som. De maneira geral, não temos controle sobre o OUVIR (somente se fecharmos nossos ouvidos ou saímos de algum lugar). Chamamos isso de audibilidade.
ESCUTAR significa ter atenção ao som e atribuir a ele um significado. Temos total controle sobre o ESCUTAR. Para compreender o som que chega, não basta só detectá-lo, temos que prestar atenção e interpretá-lo. Portanto, para ESCUTAR é necessário OUVIR primeiro.
Há um método chamado de ESCUTA ATIVA.
A escuta tem um papel tão ou mais relevante como a fala na transmissão de uma mensagem.
Escutar envolve muito mais do que ouvir uma mensagem. Ouvir é simplesmente o elemento físico do escutar. Assim, escutar é o processo de descodificar e interpretar ativamente as mensagens verbais.
“Escutar envolve muito mais do que ouvir uma mensagem, a escuta ativa pressupõe disponibilidade, interesse pela pessoa e pela comunicação, compreensão da mensagem, espírito crítico e alguma prudência na interpretação.” (Rego, 2007).
Como aplicar o método de ESCUTA ATIVA com as crianças:
Agachar cada vez que tem que falar com o seu filho é fundamental no método de escuta ativa. Mas, o que é exatamente e quais benefícios têm para as crianças?
O método de criação de escuta ativa, ainda que nos pareça uma novidade, já tem mais de 50 anos sendo aplicado. Foi criado em 1957 por dois psicólogos americanos: Carl Rogers e Richard E. Farson. Parte da idéia de que as crianças não entendem (até aproximadamente os 12 anos) o mundo dos adultos. Por isso, são os adultos que devem se colocar no seu nível e tentar entender o seu.
Para utilizar esse método, é fundamental que os pais se coloquem à altura dos seus filhos pequenos cada vez que lhes perguntem algo e tenham que responder, e que estabeleçam contato visual com o pequeno uma vez que esteja à sua altura.
Mediante esse método, os pais aprendem a escutar ao seu filho e entendem muito melhor o que sentem e por que às vezes choram e brigam diante de algumas situações.
No entanto, há que ter cuidado e não confundir esse método com liberdade absoluta para a criança. Os pais são assertivos, mas não deve esquecer-se de estabelecer normas e limites.
Principais técnicas para desenvolver uma ESCUTA ATIVA:
• Olhe sempre nos olhos da criança – para isso, procure sempre se abaixar à sua altura, assim ela se sentirá mais à vontade ao falar, segura de que está sendo compreendida e menos ansiosa;
• Responda às perguntas das crianças – nem sempre temos todas as respostas e quando este for o caso, tudo bem também dizer que não sabe, isso fará a criança compreender que é possível não saber algo às vezes. Mas sempre que tiver a resposta, dê à criança, sempre mantendo o contato visual.
• Ajude a criança a entender suas emoções – qual o motivo da birra, do choro ou da raiva? Mais do que apenas colocar a criança de castigo “para pensar no que fez”, o imprescindível é chegar junto com ela a uma conclusão dos motivos que a fizeram se sentir de determinada maneira e agir de tal forma. Apenas a bronca ou o castigo, por si só, não surtirão os efeitos necessários e, sem compreender suas próprias reações, a criança voltará a fazer a mesma coisa.
Vantagens do método de ESCUTA ATIVA:
• Fortalece o vínculo com o seu filho.
• Consegue compreender as birras infantis.
• Outorga aos pais autoridade e respeito sem infundir medo.
• As crianças atendem melhor e sentem mais confiança.
• Reforça a autoestima da criança.
• Desenvolve a empatia desde pequeno.
• Os pais aprendem a entender melhor o que os filhos sentem e a modificar uma conduta inapropriada.
Estabelecendo limites:
É preciso cuidado para que a Escuta Ativa não seja confundida com a falta de limites. A grande diferença é que a disciplina neste método deve ser aplicada de forma a não reforçar uma relação de medo e agressividade, mas sim de identificação da criança com uma figura de autoridade que ela respeite pelo bom exemplo, não pelas ameaças. É preciso que a criança entenda os motivos pelos quais ela está sendo disciplinada, não seja comparada com outras crianças e possa cada vez ter mais clareza sobre seu próprio comportamento, sobre suas emoções, sobre o que é certo e errado e também sobre o respeito que é necessário em todas as relações.
É sabido que cada um desenvolve seu próprio método de criação e relação com seu filho, porém, uma ajuda sempre é e será bem vinda em se tratando da criação dos pequenos. E pra tanto, temos O MESTRE DE TODOS OS PSICÓLOGOS : JESUS CRISTO DE NAZARÉ. E o Soberano Deus, que em Sua Palavra nos deixou escrito, vários métodos. É somente ler e praticar.
“Chamou, pois, Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e preceitos que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os cumprir.” (Deuteronômio 5:1).
Fiquem na paz do Senhor Jesus!
REFERÊNCIAS:
www.naoescuto.com
Parent Effectiveness Training – Thomas Gordon
Psicóloga Ane Caroline Janiro