Indisciplina: uma questão do desenvolvimento infantil
Hoje quero falar de um assunto sobre o qual eu gosto muito, porém, que é algo bastante desagradável: a Indisciplina!
Em geral, temos dificuldade em lidar com a indisciplina, principalmente pois ela pode ocorrer em qualquer lugar e em qualquer situação, ou seja, não é algo esperado, mas acontece.
Como trabalho com muitas crianças, tenho percebido como a cada dia esta questão tem incomodado não apenas os educadores, mas também os pais e responsáveis, em especial pois o excesso de indisciplina tem atrapalhado boa parte do processo de ensino-aprendizagem.
Entendo por indisciplina toda a falta de respeito às regras e normas, maus comportamentos e atitudes que prejudicam o convívio com os outros.
Apesar de todos estes aspectos, precisamos diferenciar o que a criança faz pois ainda não aprendeu, do que aquilo que ela faz por não se comportar de maneira adequada, de forma consciente.
Durante todo o processo de desenvolvimento, a criança vai apresentar comportamentos que não estão totalmente de acordo com o esperado e isso faz parte do seu crescimento, por isso, não podemos confundir uma atitude isolada da criança com comportamentos inadequados recorrentes, que acontecem mesmo quando a criança já foi orientada e ensinada sobre como deve e não deve agir.
Quando a criança é pequena, ela ainda é comandada pelos outros, segue aquilo que o outro faz, o que o outro diz e a ensina, porém, conforme ela se desenvolve, cria suas próprias regras e age de acordo com a sua vontade.
É neste momento que precisamos começar a instruí-la de forma a levá-la a refletir sobre suas atitudes, para que se desenvolva de maneira autônoma, construa valores que possibilitem a ela ter um bom convívio social e um desempenho de acordo com o esperado ao realizar as suas atividades.
Assim, o nosso objetivo deve ser o de que as crianças façam aquilo que é correto não apenas por medo de castigos e repreensões, mas que entendam as razões de serem disciplinadas e façam o que é certo por saberem que é o certo.
Seguir uma disciplina, não significa ser obediente por que o outro manda ou exige, mas sim, por ter consciência de que os meus atos não podem ferir os direitos do outro assim como não espero que o outro venha ferir os meus.
Nós como responsáveis pela educação das crianças, devemos assumir a nossa função de torná-las críticas em relação às suas próprias atitudes e não apenas transformá-las em pessoas sem opinião própria.
A disciplina deve vir de dentro para fora e não de fora para dentro, porém, isso vai acontecer somente depois que a criança for ensinada.
É importante falar sobre a questão da indisciplina pois como citei, não sabemos como agir diante de alguns comportamentos das crianças e quando isso acontece, acabamos mostrando a elas que não estamos preparados para educá-las, o que não significa que isso seja verdade.
A palavra de Deus diz:
“O filho sábio aceita os ensinamentos do pai, mas o que zomba de tudo, nunca reconhece que está errado.” – Provérbios 13.1
Por isso, precisamos não apenas ser exemplo daquilo que queremos formar, mas também sermos capazes de levar as crianças a repensarem seus comportamentos, para que assim o seu caráter se molde de maneira que elas saibam agir com educação, consciência e respeito, pelos outros e por elas mesmas, em toda e qualquer situação.
Na próxima postagem, trarei algumas dicas de como podemos agir diante das atitudes das crianças, colaborando para o desenvolvimento da sua autonomia, ajudando-as a se tornarem cada vez mais capazes de refletir sobre seus atos e assim, estarem preparadas para a vida em sociedade no geral. Até mais!